Ao longo do mês da campanha Maio Roxo, há múltiplos debates para conscientização acerca das doenças inflamatórias intestinais (DII) 


Intitulado “Maio Roxo”, o mês de maio foi escolhido para conscientização das doenças inflamatórias intestinais (DII). A campanha foi criada, também, devido ao Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, que acontece em 19 de maio, e busca abordar o tema para garantir mais qualidade de vida às pessoas .


Segundo o portal G1, o objetivo é alertar toda a população acerca da importância do diagnóstico precoce e do tratamento de diversas doenças como diverticulite, doença de Crohn e retocolite, as mais comuns entre brasileiros. Conforme explica a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), as DII afetam mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. Enquanto isso, no Brasil, a doença de Crohn e a retocolite estão presentes entre 12 e 55 indivíduos em cada 100 mil habitantes, com um aumento significativo dos casos nos últimos anos. 

As doenças são mais incidentes em adolescentes e adultos jovens (15 a 40 anos), de acordo com as informações da SBCP. Embora sejam causas desconhecidas, as pesquisam indicam que são múltiplos fatores capazes de provocar esses problemas de saúde, com o tabagismo sendo um dos principais deles. Teorias e estudos relatam sobre como fumar pode ser um fator de risco para o desenvolvimento e agravamento da doença de Crohn. 


O que são as DII? 


As doenças inflamatórias intestinais são graves problemas que afetam a função de uma ou mais partes do intestino, que dependendo da gravidade, podem chegar a outras áreas do corpo. 

Vale lembrar que o intestino é dividido entre delgado e grosso, com o primeiro absorvendo grande parte dos nutrientes sólidos ingeridos. Enquanto isso, o grosso capta cerca de 60% da água, é responsável pela formação de fezes e desempenha um papel importante na produção de neurotransmissores. 


Com grande incidência no Brasil, a doença de Crohn pode atingir da boca ao ânus, com complicações mais graves nos intestinos delgado e grosso. Ainda, pode atingir camadas mais profundas devido à sua forma espaçada. 


A retocolite ulcerativa causa úlceras (feridas) no intestino grosso e no reto, manifestando-se bruscamente na camada mais superficial da parede do intestino, sendo uma lesão contínua. Em cerca de 15% dos pacientes, não há como diferenciar ambas as doenças na fase inicial. 


Quais são os principais sintomas? 


Segundo o G1, os principais sintomas são: 

• 
Perda repentina de peso considerável; 
• Mudanças nos hábitos intestinais; 
• Sensação de estufamento e desconforto abdominal; 
• Acúmulo de gases (flatulência); 
• Barriga inchada; 
• Cólicas intestinais e outras dores na barriga; 
• Diarreia;
•  Constipação (intestino preso); 
• Sangue nas fezes; 


Atenção ao diagnóstico 


É necessário estar atento aos sintomas e ir ao médico responsável, visto que esses sintomas podem causar muita confusão entre as patologias intestinais. O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz, relata, também, sobre a gastroenterite viral ou bacteriana, que pode ter a maioria dos sintomas similares, mas são manifestações passageiras (autolimitado). 

Outra patologia que pode ser confundida com a doença de Crohn e a retocolite é a Síndrome do Intestino Irritável, que, apesar de ter sintomas semelhantes, não é considerada uma doença inflamatória intestinal por sua origem desconhecida. 


Como obter um diagnóstico correto? 


As consultas regulares ao médico são fundamentais para ter o diagnóstico precoce. Este que será feito a partir de uma profunda análise do histórico clínico, além dos exames laboratoriais, endoscópicos (endoscopia digestiva alta e colonoscopia), biópsias e/ou radiológicos (tomografia ou ressonância magnética). 


Embora não tenham cura, as doenças podem ser tratadas, resultando em uma remissão clínica para que o paciente possa controlar o processo inflamatório, garantindo que os sintomas não apareçam. 


A campanha Maio Roxo deve conscientizar sobre as doenças inflamatórias intestinais (DII), lembrando quão importante é manter as consultas regulares ao médico e alertando acerca do diagnóstico precoce.