18 de julho de 2022

Remédio experimental para câncer chega ao Brasil em agosto

Remédio experimental para câncer chega ao Brasil em agosto

O medicamento, que se mostrou eficaz no tratamento de câncer retal, será liberado no Brasil para tratar casos de câncer de endométrio
 
 
Com aprovação da Anvisa, o dostarlimab (Jemperli), uma droga experimental que se mostrou capaz de curar câncer colorretal em 100% dos pacientes em estudo americano, está previsto para chegar ao Brasil em agosto deste ano, segundo a farmacêutica GSK Brasil.
 
O dostarlimab é um anticorpo monoclonal inibidor de controle, uma droga elaborada para induzir as células imunes a reconhecerem e atacarem as células cancerígenas. No teste, ela foi usada por meio intravenoso para tratar tumores colorretais.
 
O nome comercial do dostarlimab é Jemperli, e o medicamento vem em um frasco com conteúdo injetável por via intravenosa (na veia). Sua administração, realizada por um médico ou enfermeiro em um centro médico ou de infusão, dura 30 minutos.
 
De acordo com o protocolo médico, ele, geralmente, é administrado uma vez a cada três semanas, por quatro ciclos. Em seguida, passa a ser uma vez a cada seis semanas.
 
Alto desempenho nas pesquisas
 
A pesquisa foi realizada com 12 pessoas que tinham um tumor local, porém avançado, no reto. Todos os pacientes apresentavam, também, uma alteração molecular específica rara. Em seis meses de tratamento com a medicação, o câncer dos pacientes havia desaparecido, sem a necessidade de quimioterapia ou cirurgia.
 
Os envolvidos no estudo, além de se livrarem da doença e não apresentarem nenhum vestígio de câncer em qualquer outra parte do corpo, não sofreram efeitos adversos graves. Os resultados foram apesentados no periódico New England Journal of Medicine.
 
Entretanto, aqui no país, o medicamento será usado no tratamento de um tipo raro de câncer de endométrio (tecido que reveste a parede interna do útero). A liberação é para tratar um câncer endometrial recorrente ou avançado com deficiência de enzimas de reparo (dMMR) ou alta instabilidade de microssatélite (MSI-H), que progrediu durante ou após quimioterapia contendo platina.
 
O tratamento padrão para este tipo de câncer envolve radioterapia, quimioterapia e, muitas vezes, cirurgias, sendo que alguns pacientes precisam ser ostomizados. A imunoterapia, por sua vez, seria menos agressivo e deixaria menos sequelas.
 
Expectativas promissoras
 
Um dos autores do trabalho e Chefe da Divisão de Oncologia de Tumores Sólidos do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, o oncologista Luiz Diaz Jr, em entrevista ao The New York Times, contou que esta taxa de sucesso observada é incomum, e talvez seja a primeira vez que um resultado do gênero é registrado em toda a história que envolve estudos contra o câncer.
 
A GSK Brasil também revelou que o resultado surpreendeu positivamente, levando a farmacêutica a ter o interesse em desenvolver estudos nos pacientes com câncer de reto em estágios iniciais ou localmente acometidos.
 
 

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