Um ótimo gerenciamento da farmácia hospitalar é imprescindível já que trata-se de uma das áreas mais importantes dos hospitais, ainda mais em tempos de pandemia causada pelo novo coronavírus. Afinal, é um departamento que está não só conectado aos pacientes, mas aos setores administrativos da organização. 

Segundo o farmacêutico e vice-coordenador do Grupo Técnico de Farmácia Hospitalar do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), Dr. Frank Ferreira Pinto, seguramente as atividades da farmácia hospitalar também permeiam todas as seções ligadas à assistência farmacêutica, cuidado centrado, uso seguro e racional de medicamentos. 

Conforme a  PORTARIA Nº 4.283, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010, a farmácia hospitalar é a unidade clínico-assistencial, técnica e administrativa, onde se processam as atividades relacionadas à assistência farmacêutica, dirigida exclusivamente por farmacêutico, compondo a estrutura organizacional do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente.

Atributos importantes para uma boa gestão
O gestor da farmácia hospitalar deve contemplar em sua rotina diversos fatores para que a área funcione adequadamente. Entre eles estão o controle de todos os insumos, incluindo a entrada, saída e reabastecimento; redução do desperdício; acompanhamento das datas de vencimento; inventários entre outros aspectos.

O farmacêutico também tem um essencial papel, proporcionando, de forma segura e oportuna, o Uso Racional e Seguro dos Medicamentos. De acordo com Dr. Frank, esse profissional responsabiliza-se por todo o ciclo do medicamento, desde sua seleção (ativos e fornecedores), armazenamento, controles, fracionamento, manipulação (se houver), até a dispensação e o uso pelo paciente. Em alguns hospitais, o farmacêutico ainda é responsável pela gestão dos materiais médico-hospitalares e produtos para a saúde.

Dr. Frank ainda informa que o farmacêutico hospitalar deve atuar junto com outros especialistas, visando a segurança do paciente, avaliando as interações medicamentosas e contribuindo com a escolha da farmacoterapia adequada a cada necessidade. Pode atuar também diretamente com o paciente (cuidado farmacêutico e educação em saúde), tanto na admissão, como no acompanhamento da evolução e na alta hospitalar. 

“O profissional deve integrar a CCIH (comissão de infecção hospitalar) e a CFT (comissão de farmácia e terapia), as equipes de gerenciamento de resíduos, suporte nutricional, ensaios clínicos, quimioterapia e radioterapia, se houver essas atividades no local. Em resumo, cabe ao farmacêutico proporcionar suporte técnico nas áreas administrativas, corporativas, operacionais e de negócios, o que é indispensável para atingir resultados positivos nas instituições de saúde, além de assegurar melhor experiência ao paciente”, adiciona. 

Gestão da farmácia hospitalar em tempos de covid-19
Quando trata-se da gestão do setor em tempos de pandemia, o farmacêutico e vice-coordenador do Grupo Técnico de Farmácia Hospitalar do CRF-SP é enfático: “as atividades devem ocorrer conforme diretivas da alta gestão, que chegam em cada setor por cascateamento, e esses por sua vez devem priorizar e desenvolver suas atividades de forma segura”. 

Além disso, Dr. Frank afirma que alguns pontos também precisam ter atenção, tais como:
- Desabastecimento de medicamentos e produtos para saúde;
- Garantir a segurança dos colaboradores que permaneceram na assistência;
- Adequação aos protocolos assistenciais implementados por conta da covid-19;
- Certificar a segurança dos pacientes frente aos medicamentos padronizados por uso compassivo/off label;
- Afastamento médico dos colaboradores infectados pelo novo coronavírus;
- Capacitação de novos colaboradores antes da atuação no cuidado direto ou indiretamente ao paciente. 

“Impreterivelmente os profissionais da linha de frente tiveram que revisitar seus processos, redesenhar seus fluxos e capacitar todos os colaboradores. As habilidades comportamentais foram um destaque: inteligência emocional, empatia, resolução de problemas, negociação, liderança, comunicação, resiliência e criatividade, trabalhando juntas para atender o aumento da demanda, visando proporcionar a melhor experiência com relação a esse cenário”, acrescenta. 

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Crédito da imagem: alvarez - iStock.