19 de fevereiro de 2021

Covid-19: um panorama das vacinas disponíveis no Brasil

Covid-19: um panorama das vacinas disponíveis no Brasil

Depois de um longo período de expectativa sobre os resultados das pesquisas das vacinas desenvolvidas contra a covid-19 no Brasil e a aprovação legal para que os imunizantes pudessem ser aplicados na população brasileira em caráter emergencial, há pouco mais de um mês a primeira vacina foi administrada no país. Desde então, segundo levantamento de consórcio de veículos da imprensa feito junto a secretarias de Saúde, mais de 5,2 milhões de pessoas tomaram a primeira dose e mais de 250 mil a segunda. 

O Ministério da Saúde divulgou que estão asseguradas mais de 54 milhões de doses da vacina CoronaVac contra a covid-19, e que com outras 46 milhões de doses desse imunizante, já contratadas com a Fundação Butantan, permitirá distribuir aos estados, até setembro, 100 milhões de doses da vacina. 

De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), estão aprovadas para uso emergencial, até o momento, duas vacinas: a AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz, e a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac. “Ambas demonstraram eficácia em estudos clínicos fase 3 e espera-se que tenhamos mais opções para viabilizar a vacinação de toda a população em um curto espaço de tempo”, declara o Dr. Bernardo Almeida, médico infectologista e Chief Medical Officer da Hilab.

Das opções de imunizantes disponíveis aos brasileiros, a vacina da AstraZeneca apresentou 62% de eficácia para prevenir a forma sintomática da doença, enquanto que a CoronaVac obteve 50,38% de efetividade.

“Apesar das duas terem demonstrado redução de formas graves e óbitos, essa diferença não foi estatística pois ocorreram poucos casos nos estudos”, destaca Dr. Bernardo. “Outros fatores relevantes não foram avaliados nas pesquisas e devem ser monitorados daqui para frente, que é a eficácia em reduzir infecção em geral, incluindo as formas assintomáticas, e diminuir a transmissão, o que influencia a imunidade coletiva. Além disso, com muitas pessoas vacinadas, será possível avaliar melhor o impacto em prevenir formas graves e óbitos”, acrescenta. 

Atualmente, apenas quem faz parte dos grupos prioritários para a imunização está sendo vacinado com as doses disponíveis. Aos profissionais de saúde, cabe a tarefa de manter os pacientes informados sobre os cuidados necessários antes da aplicação da primeira dose e o único caso em que a aplicação da vacina é contraindicada.

“A única contraindicação absoluta são reações alérgicas graves, como a anafilaxia, a um dos componentes da vacina. Felizmente, essa é uma condição rara”, aponta o infectologista. “No entanto, existem recomendações: pessoas que tiveram infecção pelo SARS-CoV-2 devem aguardar 28 dias para a vacinação. Quem tem alguma imunossupressão deve avaliar com o médico, pois dependerá do status atual da condição, de perspectivas de melhora e capacidade de prevenir exposição ao coronavírus”.

Contraindicações e reações adversas
Com relação à aplicação das doses em  gestantes e lactantes, Dr. Bernardo lembra que a vacina está na categoria B, ou seja, ainda não há estudos feitos em humanos. “Porém, não foi demonstrado risco em modelos animais e, portanto, para essas mulheres, a orientação é avaliar com o obstetra, considerando comorbidades, idade gestacional e grau de exposição ao vírus”, declara.

Em casos de reações adversas pós-vacina, o infectologista indica os cuidados necessários. “Toda condição que ocorrer após horas ou dias após a vacinação deve ser considerada como possivelmente associada à vacina. A maioria é leve e não necessita de assistência. Porém, sintomas intensos indicam imediatamente avaliação em um pronto atendimento ou pelas vias disponíveis de teleatendimento.” 

Mesmo que a vacinação contra a covid-19 no Brasil esteja em um ritmo lento e aquém do esperado, é importante informar às pessoas já vacinadas que a proteção contra o novo coronavírus deve continuar após a imunização, conforme explica o médico. 

“Evitar interações desnecessárias, manter o distanciamento de dois metros entre as pessoas, usar máscara, aplicar álcool em gel frequentemente nas mãos e evitar ao máximo estar em ambientes fechados, não ventilados e com aglomeração de pessoas. Pelo ritmo atual, iremos demorar mais de dois anos para vacinar toda a população brasileira e há sempre o risco de que as vacinas tenham eficácia inferior às novas variantes emergentes”, destaca. 

Manter-se informado sobre a doença e a vacinação por meio de sites confiáveis, para poder compartilhar informações seguras aos pacientes, é uma das formas que os profissionais de saúde têm para contribuir com o esclarecimento das dúvidas da população, evitando também a propagação de fake news. Conte com a ANB Farma.

Crédito da imagem: SyhinStas - iStock.

Compartilhe: