O perigo da desinformação sobre medicamentos na era da IA
A propagação de desinformação sobre medicamentos na era da Inteligência Artificial é a mais recente preocupação, no setor fármaco, em relação ao ChatGPT, a plataforma de IA mais renomada da atualidade.
A ferramenta, criada pelos norte-americanos do laboratório de pesquisa Open AI, tornou-se um sucesso mundial em pouco tempo de funcionamento, batendo 100 milhões de usuários em dois meses.
Além de seu emprego para a construção de textos, muitos usuários focam em pesquisas sobre diversos assuntos dentro do aplicativo.
Ao decidir consultar sobre quais medicamentos tomar em determinadas enfermidades e a consequente automedicação – um problema que anualmente causa mais de 30 mil casos de internação por intoxicação medicamentosa e cerca de 20 mil mortes no Brasil –, o internauta descarta a orientação do farmacêutico, o profissional qualificado para esses casos.
Pesquisa sobre desinformação sobre medicamentos na era da IA.
Ao mesmo tempo que a tecnologia traz progresso nos mais variados campos científicos, ela pode gerar impasses quando não é bem empregada.
A prova disso é o estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Long Island. Na pesquisa, foram feitas 39 perguntas sobre remédios ao ChatGPT, e as respostas foram comparadas às fornecidas por especialistas.
Respostas incorretas e fontes falsas
O resultado, porém, foi desanimador, com a comprovação, em relação à IA, de desinformação sobre medicamentos. Veja:
● Apenas um quarto das questões foi respondida com exatidão;
● As informações não estavam precisas ou incompletas;
● As respostas do chatbot fugiam do tópico em análise;
● Interações medicamentosas foram ignoradas pela ferramenta;
● Fontes indicadas pelo ChatGPT se mostraram inexistentes.
Procurada para prestar esclarecimentos do resultado da pesquisa, o porta-voz da OpenAI explicou que a utilização do chatbot não está configurada para oferecer informações médicas, algo enfatizado na política de utilização do ChatGPT.
Por que a pesquisa foi feita?
Com o alcance cada vez mais amplo da plataforma de inteligência artificial, a questão sobre a segurança das informações disponíveis no chatbot motivou a ideia de fazer o estudo e identificar os pontos críticos.
O objetivo com a divulgação do resultado é evitar que as pessoas utilizem as informações disponibilizadas pelo ChatGPT e outros mecanismos de IA para se automedicarem ou medicarem familiares e amigos, sem procurar anteriormente um farmacêutico.
Como o farmacêutico pode evitar a automedicação?
Algumas maneiras do farmacêutico evitar a automedicação dos clientes são:
● Diálogo amigável e aberto;
● Fornecer informações confiáveis;
● Explicar os riscos associados à automedicação;
● Incentivar os clientes a buscar orientação médica;
● Alertar sobre a resistência a antibióticos.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Crédito da imagem: iStock.com/SergeiChuyko