Seja porque costumam urinar mais vezes ao dia, na tentativa de eliminar o excesso de glicose no sangue, ou pelas alterações nos nervos do sistema autonômico, responsáveis pela produção de suor e sebo, os diabéticos costumam ser mais propensos à desidratação e, consequentemente, ao ressecamento da pele. 

Rachaduras, então, tendem a aparecer com mais frequência, aumentando a propensão de contaminação por microorganismos, coceiras e lesões nesses pacientes que têm como agravante a dificuldade de cicatrização. Essas lesões podem levar até a amputações que, em muitos dos casos, teriam sido evitadas se analisadas precocemente e submetidas às orientações corretas. 

Por isso, além da importância de sempre manter os níveis de glicose sob controle, é essencial que o farmacêutico informe os pacientes sobre a necessidade de manter a hidratação em dia. “Oriente-os a usar uma loção hidratante para a pele, evitando passá-la entre os dedos dos pés, pois a umidade extra pode proporcionar o crescimento de fungos, a exemplo de frieiras”, ensina Monica Lenzi, farmacêutica e educadora em diabetes. 

Compostos prós e contras

Os profissionais da farmácia também devem ter conhecimento a respeito dos compostos diferenciados dos cremes indicados para quem tem a doença. De acordo com a educadora em diabetes, esses hidratantes devem concentrar três tipos de moléculas: as oclusivas, que formam uma película para impedir o ressecamento, as bactericidas e as umectantes, estas atuantes na hidratação. 

Monica Lenzi chama a atenção para a contraindicação do uso de loções com ativos queratolíticos, que afinam a pele levando-a à microdescamação. Segundo ela, hidratantes à base de ureia também demandam atenção quando utilizados por este público. “Quando o produto tem até 10% de concentração deste composto orgânico, promove hidratação. Mais do que isso, passa a ser esfoliante e pode lesionar ainda mais a pele de quem tem diabetes”, alerta ela.  
 
Área específica de exposição

Seja atrás do balcão ou nas gôndolas, é importante que os itens destinados aos diabéticos tenham fácil visualização. Isso porque, além da assiduidade desse tipo de cliente, a gama de produtos é ampla e muito diversificada, incluindo monitores de glicose, canetas para aplicação de insulina, seringas, agulhas, tiras para testes de glicemia, almofada para assepsia com álcool a 70%, algodão, entre outros.

Produtos hidratantes específicos devem aparecer em áreas anexas ou próximas, expostos em uma mesma prateleira, assim como adoçantes e outros alimentos destinados a esse público. Desta forma, o cliente entende que uma das áreas do PDV tem a finalidade de trazer uma solução completa para a sua patologia.

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