O inverno vem aí e os MIPs antigripais tornam-se os queridinhos da estação. Para sua farmácia aproveitar todas as vantagens da categoria, a ANB Farma entrevistou Joana Villas Bôas, Gerente de Produto OTC da Genomma Lab que nos deu várias dicas. Confira!
ANB Farma: o ano de 2020 não foi tão positivo para os MIPs antigripais por conta do isolamento social provocado pelo novo coronavírus. Como está a movimentação da categoria atualmente? Já percebe-se alguma mudança positiva no segmento?
Joana Villas Bôas: a categoria está se preparando para a chegada do inverno, período em que a incidência de gripes e resfriados é maior por conta das baixas temperaturas e menos circulação de ar nos ambientes por conta das pessoas deixarem as janelas fechadas para se proteger do frio. As comunicações mais pontuais nos PDVs estão começando e, em toda a mídia também, sobre os antigripais e seus diferenciais/benefícios.
Percebe-se que o crescimento nas vendas de antigripais está diretamente relacionado com novos períodos de flexibilização da pandemia e o movimento da população retornando à normalidade. Esta rotina, naturalmente, leva ao aumento de casos de resfriados. Por exemplo, vimos uma ampliação nas vendas de outubro a dezembro de 2020 quando o número de casos de covid-19 havia reduzido. Porém, diante dessa instabilidade, não é possível prever uma mudança positiva no segmento em curto prazo, mas o mercado já se prepara para uma demanda maior de sazonalidade.
AF: por conta da variedade de opções, como deve ser composto o sortimento da categoria para evitar rupturas e, ao mesmo tempo, não ficar com estoque parado?
JVB: a definição do sortimento deve ser feita de forma individualizada, de acordo com cada PDV, analisando-se a finalidade da compra dos consumidores, variação do perfil do público e preferências de consumo em cada região. No geral, nesse momento de início do inverno é recomendável que haja um volume razoável de itens da categoria por loja, assim como excelentes planos de promoções e visibilidade para que o consumidor encontre os produtos de maneira fácil e rápida. Afinal quem tem gripe, tem pressa.
AF: qual é o critério de compra (árvore de decisão) dos consumidores para esse tipo de produto?
JVB: o consumidor (67%) escolhe um determinado medicamento por ser eficaz e proporcionar rápido alívio dos sintomas. E 39% dos usuários de antigripais definem a compra pelo preço/promoção.
AF: como o segmento deve ser exposto?
JVB: na teoria, os antigripais podem estar próximos aos multivitamínicos, pois quem compra esse segmento, normalmente adquire vitaminas para aumentar a imunidade do corpo, assim como próximos à categoria de Dor e Febre, pois também há estudos de que existe, de forma rotineira, uma aquisição conjunta dessas categorias para alívio dos sintomas, embora muitos antigripais também atuem na dor e febre. É recomendável também que sejam separados por marcas, pois sabemos que ocorre uma alta fidelização dos consumidores por marcas e menos por preço. Desse modo, é mais fácil para o shopper escolher qual apresentação ele irá levar daquela marca.
AF: vale fazer a exposição dupla desses produtos por conta da alta sazonalidade? Se sim, quais os locais da farmácia mais indicados e a melhor forma de expor?
JVB: Sim, pois estimula as vendas que naturalmente são maiores entre abril a setembro e caem nos outros períodos do ano. Na entrada da farmácia, já impactando o cliente que chega. Nos caixas, fazendo-o lembrar que talvez precise do medicamento e, principalmente, nas bancadas, pois grande parte dos clientes se orientam com o atendente/farmacêutico antes de fazer a compra do produto.
AF: quais estratégias de vendas que as lojas devem apostar para aumentar suas vendas com a categoria dos MIPs antigripais?
JVB: as lojas podem apostar em campanhas de visibilidade dos produtos com totens, display de balcão e materiais diferenciados. Sabemos que o preço é menos relevante devido à fidelização de marcas, porém sempre é um bom caminho para chamar a atenção do shopper também.
AF: quais as oportunidades que esse segmento traz para o PDV?
JVB: grandes oportunidades. As categorias de Gripe e Tosse são as maiores de OTC globalmente, sendo quase 50% maior que a 2 – analgésicos. E o Brasil é o quarto maior país do mundo em vendas dessa categoria – isso por conta das mudanças climáticas que temos, além do clima quente com uso frequente de ar-condicionado. Sem falar, claro, da poluição das grandes cidades. E somos também o país com um dos maiores índices de crescimento dessa categoria, tendo um CAGR de +11% nos últimos 5 anos (Fonte: IQVIA Dez/20).
Essa relevância no Brasil também se dá devido ao comportamento do consumidor. Pesquisas indicam que 43% dos brasileiros, quando estão resfriados e gripados, se automedicam e correm às farmácias com o objetivo de minimizar os sintomas que atrapalham muito a sua rotina. Com isso, ter uma boa exposição de antigripais é importante, principalmente nas épocas de maior incidência dos vírus, pois leva ao aumento expressivo das vendas.
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