12 de janeiro de 2022

Previsão mercado farmacêutico para 2022

Previsão mercado farmacêutico para 2022

Devido ao avanço da vacinação contra o Covid-19 no Brasil, é possível notar uma maior circulação de pessoas pelas ruas e comércios, o que faz com que haja uma recuperação das vendas no varejo como um todo.


O vice-presidente do Close-Up, Paulo Murilo de Paiva Junior, diz que é possível identificar uma alteração no mix das redes de farmácias e drogarias com um certo incremento de preço médio, não acompanhado de incremento na venda de unidades, assim podemos avaliar que o crescimento das redes estará mais calcado em preços e mix que volume.


Já no associativismo e no varejo independente, estes seguem com boa performance em valores, mas também com uma certa retração no volume e isso tende a se manter ao longo de 2022, já que é um dos impactos da inflação, que tira poder de compra da população, além do desemprego, que restringe o gasto em geral.


As vendas digitais seguirão em crescimento. A previsão, de acordo com o executivo do Close-Up, é de ao final de 2022 teremos algo de 8%, 9% das vendas totais via canais digitais, o que a valores de hoje a preço ao consumidor representa R$ 12 bilhões.

O executivo afirma que ainda não há como falar em pós-pandemia, já que não existe a possibilidade, a curto/médio prazo, de que a pandemia possa extinguir-se. “O que podemos esperar sim é uma retomada consistente da rotina geral, mas sempre com restrições.”

Dentro do canal farma, vitaminas seguem sendo uma categoria relevante no mix da farmácia; e produtos que tenham reforço de imunidade frente ao Covid-19.

O incremento de compliance dos pacientes com enfermidades crônicas é uma realidade, também apontada por Junior. “Esses pacientes foram intensamente expostos às mensagens de que correm mais risco que a população sem comorbidades, assim, passaram a dar maior atenção ao seu tratamento e isso criou um incremento de vendas nessas categorias, com destaque para genéricos.”

Além disso, ele cita: 
- Máscaras;
- Desinfecção das mãos;
- Produtos de proteção do sistema imunológico;
- Produtos do trato respiratório;
- Pediátricos
- Controle dos distúrbios do sistema nervoso central.


Tendências previstas para um ano eleitoral

A pandemia alterou o comportamento de compra de muitos brasileiros e muitos, pela força da circunstância, se tornaram digitais. Há consumidores que não mudaram seus hábitos de compra, mas uma parcela que se tornou digital, voltou total ou parcialmente para as lojas. 
“O fato que o consumidor está mais exigente, mais informado, menos paciente e com mais opções. Assim, é fundamental fazer o básico bem-feito como ter o produto certo, na loja certa, na quantidade certa, com o preço certo. Para isso é aconselhável ter parceiros de negócio que garantam este abastecimento contínuo”, diz o cofundador da Inteligência 360º, Olegário Araújo.

A economista e professora de MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do IPOG, Carla Beni Menezes de Aguiar, explica que sob a ótica econômica, teremos um arrefecimento da inflação. A expectativa é encerrar 2022 com o IPCA em 4%aa., fruto da regularização dos estoques da indústria, retomada das atividades após imunização e recuperação das cadeias globais de abastecimento. “Esta é uma notícia boa, todavia os juros permanecerão altos, mais por conta da rolagem da dívida pública, do que para conter a inflação. Juros altos dificultam o empresário, o consumidor e a própria retomada da economia. O PIB esperado para 2022 é de apenas 1,60%, o que corrobora com a minha tese que não há recuperação robusta no horizonte.”  

O cenário econômico, sob a ótica fiscal, para 2022, será refém do cenário político e suas turbulências, uma vez que as reformas administrativas e fiscais já foram “sequestradas” pelos interesses do congresso e do executivo com a reeleição.

A recomendação dela para o varejo, de forma geral, é que espere menos do governo e foque mais em seus clientes já existentes. “Aprimorem o pós-venda, estreitando laços entre a marca e o consumidor. Clientes leais retornam, recomendam a empresa aos amigos, compram produtos adicionais, são menos sensíveis aos preços e produzem feedback positivo nos meios digitais”, finaliza.
Crédito da imagem: iStock.com/PeopleImages

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