Celebrado em 5 de maio, o Dia
Nacional do Uso Racional de Medicamentos visa a alertar as pessoas sobre os
riscos à saúde decorrentes da automedicação. Uma pesquisa realizada, em
setembro de 2018, pelo Instituto de Pós-graduação para Profissionais do Mercado
Farmacêutico (ICTQ) revelou que, no Brasil, esta perigosa prática é adotada por
79% da população com mais de 16 anos. Foram entrevistados residentes de 120
municípios das cinco regiões do País.
De acordo com Rodolpho Telarolli Junior,
professor adjunto de Saúde Pública da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
UNESP, Campus Araraquara, a automedicação é um problema sério de Saúde Pública
e hábito presente em todas as classes sociais, independentemente de renda e
escolaridade. “O uso de medicamentos por conta própria traz uma série de
desvantagens, a exemplo do aumento do risco de intoxicações, em caso de
ingestão de doses erradas ou por pessoas para quem o produto não é adequado.
Além disso, o consumo sem prescrição médica pode mascarar os sintomas de doenças
mais graves e retardar diagnósticos” alerta.
A classe terapêutica mais nociva
à saúde quando consumida sem orientação é a dos antibióticos e, embora no Brasil
esse tipo de medicamento seja apenas vendido mediante retenção de receita
médica, a famosa farmacinha familiar, composta por sobras de medicamentos,
elimina essa objeção. “É relativamente comum a automedicação com essa classe de
produtos e isso favorece o desenvolvimento de resistência por parte das
bactérias. Ainda existe a possibilidade de a infecção ter sido causada por
vírus e fungos (e não bactérias) e, nesses casos, os antibióticos não são
indicados”, salienta Rodolpho. Anti-inflamatórios também são comumente
utilizados por decisão própria e podem causar efeitos tóxicos aos rins e danos
ao estômago.
O papel do farmacêutico
Os medicamentos são a principal
causa de intoxicação e, segundo o professor da UNESP, as principais vitimas são
as crianças, representando 35% desta totalidade. Os 65% restantes, entretanto,
são adultos e estão longe de confundir cápsulas ou pílulas com balinhas. Nesse
sentido, o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos torna-se um importante
aliado do farmacêutico na missão de conscientização. “As farmácias podem
utilizar material de divulgação da data como faixas e folhetos explicativos
relacionados ao conceito de uso racional de medicamentos e aos potenciais danos
à saúde causados pela automedicação”, indica.
Aos clientes que já estão
habituados à compra de determinados medicamentos sem o auxílio do farmacêutico,
é importante que a abordagem seja leve para que não se sintam invadidos e
acabem optando por comprar em outro PDV que não interfira em suas escolhas
habituais. A sugestão do especialista em Saúde Pública e que o farmacêutico se
ofereça para tirar as dúvidas daqueles que já fazem uso continuado de
medicamentos e invista em treinamentos de equipe relacionados às técnicas de abordagem
e obtenção de informações, de forma sutil, desse tipo de cliente.
A ANB Farma sempre traz informações relevantes sobre o uso
responsável de medicamentos e dedica-se a auxiliar seus parceiros nessa missão
social.